Audrey Kleys

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Vereadora em Santos

Assédio nas redes sociais: não estamos interessadas

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Mulheres seguem sendo importunadas com comentários e mensagens indesejadas de seus seguidores. Não paquere pessoas casadas. Seja respeitoso!

O que dizer sobre o assédio do público masculino com o feminino hoje em dia? Até onde a sociedade compreende os limites dos relacionamentos sociais? Vislumbramos uma humanidade de selvagens analfabetos no que condiz às relações humanas. Os brasileiros não se dão ao trabalho de checar o perfil de uma pessoa antes de paquerá-la. E assim, as mulheres seguem sendo importunadas com comentários e mensagens indesejadas de seus seguidores animalescos.

Quem nunca foi assediada na rede social que atire a primeira pedra! Arrisco dizer que nunca tivemos que apagar tantos comentários em nossas postagens e bloquear tantos homens em nossas redes sociais. Esse assédio não privilegia cor, nem questão social. Mulheres comuns, artistas, professoras, jornalistas, casadas e até na política o cortejar inescrupuloso se realiza contra as brasileiras. De repente voltamos aos períodos de selvageria, quase como um pedaço de carne, no qual a falta de um arcabouço linguístico e moral dá ensejo a tamanha devassidão.

Entendam que as mulheres não querem ser chamadas de “lindas” por homens estranhos em suas redes sociais. Preferimos elogios profundos à nossa inteligência, trabalho, ou articulação de ideias. Um homem considerar a utilização de denominação “linda” a uma desconhecida em seu perfil profissional demonstra o descabimento de sua personalidade desrespeitosa. Há de se ressaltar que intitular uma mulher como bonita entre amigas é plenamente aceitável, e bem comum no universo feminino. Mas, os elogios masculinos dessa toada nós dispensamos. Envio de fotos então, nem pensar. Não estamos interessadas!

À titulo de exemplificação vale explanar: Olhe o perfil da pessoa antes de enviar qualquer mensagem ou comentário inapropriado de flerte. Perfis profissionais nas redes sociais não estão interessados em azaração. Respeite o propósito do perfil da pessoa. Se a pessoa tem um perfil de educação, por exemplo, ela quer discutir sobre educação, e não receber elogios vazios, nem trocar mensagens banais com desconhecidos. Não paquere pessoas casadas. Seja respeitoso e não um iletrado quanto ao arcabouço de adjetivos.

A convivência social seria bem simples, se todos tivessem noções de etiqueta. Se uma desconhecida casada posta na rede social um feito em sua carreira, você como homem se limite a dar parabéns. Isso é o esperado. Ninguém espera adjetivos referentes às características físicas por uma conquista profissional. Saliente-se que o mesmo vale para o assédio ocorrido em qualquer forma de relações humanas. Todavia, no Brasil o que prevalece de maneira salutar é o assédio masculino ao público feminino, e por isso tem que ser discutido. Não é mimimi. Talvez a limitação intelectual os prive de discernimento do que é inaceitável. Falta repertório, etiqueta e respeito advindos dos homens brasileiros. Simplesmente entendam que não estamos interessadas!

Denise Peres Martins Rezende

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